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Tempo Integral é a solução?

No último dia 5, aconteceu uma audiência pública do Senado com especialistas em Educação. Com o objetivo da discussão era apontar caminhos para recuperar a Educação no País, um dos pontos mais enfatizados foi a possibilidade de ampliar o número de escolas onde haja ensino em tempo integral. Uma das especialistas, a Cláudia Costin, diretora-geral do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressaltou a importância do turno único, a exemplo de alguns países que chegam a até 9h de permanência dos alunos na escola, tal qual um horário comercial do trabalhador brasileiro. Segundo ela, “Precisamos avançar nessa direção, com professores tendo dedicação exclusiva, de forma a não precisem ficar rodando por várias instituições. Os professores precisam de tempo para um certo estudo dirigido e para uma certa orientação àqueles alunos que não têm ambiente em casa para recuperar a aprendizagem”, enfatiza Cláudia.

Ela falou também sobre a necessidade de transformação das bibliotecas escolares em salas de leitura e multimídia, quase como laboratórios equipados para um ensino mais eficaz e significativo. Ambientes como esse podem, inclusive, atrair mais a atenção dos estudantes para passarem mais tempo de qualidade dentro das escolas, sem parecer um martírio: em tempo integral ou não, escolas precisam ser acolhedoras, tanto na estrutura quanto na convivência.

Considerando que o País já não ia tão bem nas taxas de alfabetização já que, mesmo antes da pandemia, já registrava um declínio no nível de leitura das crianças de até 18 anos e também no nível de Português e Matemática dos formandos do Ensino Médio, somando-se a isso a crise pandêmica que piorou essa situação, que tal redesenharmos alguns modelos de ensino/aprendizagem e diminuir a desigualdade educacional brasileira? Seria seguir o modelo (de tempo integral) dos países de primeiro mundo a nossa solução? Vamos pensar sobre isso!