O estudante aprende melhor ao se animar com a aula
No início da década passada, alguns pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Boston, fizeram uma pesquisa com um sensor eletromagnético no pulso de um universitário de 19 anos, para medir a atividade elétrica do seu cérebro por 24h. E aí o experimento produziu um resultado imprevisível: a atividade cerebral do aluno quando ele apenas assistia a uma aula era a mesma de quando ele estava no sofá de sua casa, deitado e com preguiça, enquanto assistia à TV: praticamente nula. Daí, os cientistas puderam reafirmar que a metodologia pedagógica onde o aluno é sujeito passivo, não funciona tão bem como se imaginava. Depois dessa divulgação, do reforço vindo por meio de pesquisas da neurociência e suas relações com os métodos de aprendizado, as universidades dos EUA e de alguns países da Europa, como Espanha por exemplo, iniciaram um movimento de transformação de seus modelos educacionais. A intenção era fazer o aluno se entusiasmar para aprender melhor.
A nossa realidade traz, mais uma vez, a importância de colocar seu aluno como ativo não só nas atividades, como também durante grande parte da aula assistida. Quanto mais ele participa, mais ele demonstra o quanto ele tem interesse naquele assunto abordado, e consequentemente, seu cérebro aprende com mais facilidade. Isso nos lembra o que já falamos aqui.
Assim como cabe relembrar a importância da educação midiática nesse processo. Os estudantes adquirem habilidades para analisar, criar e participar de maneira crítica em todos os formatos do ambiente tecnológico ao qual a educação está inserida. Imagina o quanto o aluno fica mais imerso em cada parte do processo de conhecimento, o quanto ele pode se animar apenas pela curiosidade de “resolver aquele problema” e ser recompensado por aquilo? Ou, quem sabe, somente ser estimulado desde o início, de uma forma diferente, a gostar daquele assunto, apenas porque sua forma de aprender seguirá um caminho diferente do que ele já está acostumado: sentar e ouvir.
Essa linha de pensamento mostra como funciona o método que respeita o processo pelo qual o cérebro realmente aprende: a motivação vem primeiro, depois a atenção e a memória por último.