Inovação, Tecnologia Educacional

Laboratórios virtuais levam experimentação a Moocs

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Com a grande quantidade de Moocs, os cursos gratuitos e para grande públicos, que podem ser vistos desde 2012, torna-se possível estudar sobre os mais diversos assuntos. Em grande parte dos casos, as aulas teóricas, as interações on-line e os vídeos eram o bastante para passar o que se queria transmitir. Porém, nas aulas de ciências, uma parte importante estava em falta: os laboratórios. Mas logo deixará de faltar. Atualmente, empresas e universidades se dedicam a densenvolver laboratórios virtuais com o intuito de levar a experiência da experimentação científica a estudantes ao redor do mundo. Isso leva os especialistas a crerem que nos próximos anos o número de visitações a estes espaços aumentarão e se tornaram cada vez mais frequentes.

Os relatórios do NMC (New Media Consortium) conta com um painel de especialistas que os escrevem e previram que laboratórios virtuais e remotos da América Latina serão cada vez mais comuns até o ano de 2018. Os autores do estudo em seu documento final dizem: “Os laboratórios virtuais e remotos refletem um movimento entre as instituições de ensino para conseguir que os equipamentos e os elementos de um laboratório de ciências físico sejam mais accessíveis para estudantes de qualquer lugar.”  Além disso, afirmam: “Os estudantes podem acessar o laboratório virtual 24 horas por dia, todos os 7 dias da semana.”

Trabalhando desde 1996 na criação de laboratórios virtuais para experiências, o professor de Stanford Lambertus Hesselink é um dos pioneiros no desenvolvimento desses espaços. O laboratório, já nas suas primeiras investidas poderia ter o agendamento das atividades e seu controle feito de maneira remota, além de bate-papo entre integrantes da pesquisa, apoio virtual dos professores e anotações eletrônicas. Atualmente suas pesquisas são mais ousadas. Hesselink e sua equipe recentemente digitalizaram um experimento com uma nano esteira rolante, um objeto de alto valor que nem todos os estudantes teriam acesso. Mas em uma só tarde os pesquisadores digitalizaram todos os resultados possíveis desse experimento, proporcionando que os testes fossem refeitos virtualmente por qualquer aluno do mundo que tivesse acesso a internet. Além desse, o professor também desenvolveu outros laboratórios virtuais e os chamou de iLabs.

Em entrevista ao Standford News, Hesselink comentou que a popularidade dos Moocs estimulou ainda mais o desenvolvimento de outros laboratórios. Ele afirma: “Se você quer um diploma de engenharia ou ciência por meio de um Mooc, acho que você terá que cumprir alguns pré-requisitos de laboratório. Essa pode ser uma forma efetiva e de compartilhar laboratórios caros e complexos com muita gente para que possam cumprir os pré-requisitos.” Sua conta era simples: se 100 mil estudantes em um curso se revezassem para executar um experimento básico de 15 minutos, seria necessário mais de 1.000 dias para que todos os alunos tivessem vez. Caso o teste envolvesse produtos e reagentes seria preciso obter um quantidade muito grande de material. A forma que o professor encontrou para suprir essa demandas foi a automatizando os laboratórios.

A Universidade do Colorado que fica cerca de mil quilômetros de distância da Califórnia de Hessenki, também deu a sua contribuição. O site Phet Interactive Simulations oferece várias simulações e experimentos em química, física, matemática, ciências da natureza e biologia para variados níveis de ensino, indo do fundamental até o superior. O aluno pode controlar o experimentos com o mouse e o resultado sai na mesma hora. Algumas, inclusive já foram traduzidas para o português.

Prós e contras

As opiniões sobre levar um laboratório físico para o mundo virtual se dividem entre entusiastas e críticos. Hesselink assume que há casos em que a experiência real é impossível de ser substituida, porém há muito mais vantagens do que desvantagens relacionadas aos laboratórios virtuais. Além da possibilidade de acesso e barateamentos dos processos, ele também aponta o fato de alguns experimentos serem até mais seguros se feitos no ambiente virtual. Também afirmou ser possível compartilhar informações facilmente.

“A melhor parte é que isso é muito escalável. Você poderia oferecer para universidades livre acesso a determinado banco de dados, caso elas concordassem em compartilhar seus experimentos. Seria possível preencher um HD com 100 ou 1.000 experimentos e entregá-lo a uma escola que não tem laboratório. Ou você pode colocar essas informações nos servidores do Google, e milhões de pessoas podem acessar um único experimento, ao mesmo tempo”, conta o professor, que ainda menciona que os laboratórios virtuais requererem menos manutenção que os físicos.