Design universal para educação inclusiva
Entre os diversos desafios enfrentados pelas instituições de ensino em meio à Covid-19, está a necessidade de garantir inclusão de estudantes que se diferenciam em habilidades sensoriais, intelectuais e motoras. A importância da equidade das atividades escolares para incluir alunos com diferentes níveis de aprendizagem requer o planejamento de aulas com acessibilidade e o design universal para aprendizagem.
Tomando a arquitetura como exemplo, uma escada é um acesso para pessoas que conseguem subir degraus, mas não serve para todas as pessoas. Já uma rampa é um acesso que serve para quem consegue subir degraus e para quem não consegue. Esse é o princípio do design universal, que influenciou educadores e fez surgir o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA). Trata-se de um modelo prático para ampliar oportunidades de desenvolvimento do estudante por meio de planejamento pedagógico somado ao uso de mídias digitais.
Seguindo o design universal, os professores devem trabalhar com múltiplos métodos de apresentação dos conteúdos curriculares, mediação da aprendizagem e envolvimento dos alunos. A ideia é proporcionar acesso de três maneiras. A primeira é diversificando as formas como os alunos acessam o conteúdo para transformar em conhecimento. A explicação do professor é um jeito, mas o conteúdo também pode ser repassado de outras formas como texto, podcast ou infográfico. Assim é possível atender diferentes maneiras de aprender, não só para o aluno que tem uma deficiência específica, mas abrange vários perfis.
Outra maneira é diversificar as formas de demonstração de compreensão, diferentes jeitos para que o estudante mostre que compreendeu o assunto. A ideia é que o professor não use apenas a prova escrita e aproveite as atividades feitas no dia a dia também para avaliar. Assim, o aluno que se expressa melhor escrevendo pode escrever, o que tem dificuldade de escrita pode falar, o que tem facilidade em animação pode mostrar o que aprendeu com um vídeo, por exemplo. O terceiro princípio para utilizar o design universal é diversificar as formas de engajamento. Explorar e inventar diversas maneiras para que o estudante possa se engajar com determinado tema.
Com o ensino de maneira remota, o desafio para diversificar e inventar é ainda maior, porque recursos como o trabalho em grupo, por exemplo, não podem ser aplicados. O professor precisa inventar e variar cada vez mais, pois os alunos têm diferentes interesses, potencialidades e necessidades. Dessa forma, quando se oferece mais de um meio, mais pessoas são abarcadas. Daí a importância de seguir design universal, porque ele é útil para todo mundo, e inclusão é ser útil para todos.