Educação, Tecnologia Educacional

10 boas experiências no uso de tablets e laptops

Um-Computador-por-Aluno

 

 

O blog EduTech, voltado para educação e tecnologia do Banco Mundial recentemente trouxe à tona várias iniciativas de governos ao redor do mundo que visam oferecer para cada estudante um computador ou tablet. Segundo o especialista em TICs e educação, Michael Trucano, muitas notícias atuais estão em debate, como a pretensão da California de que até o final do ano que vem, 640 mil tablets serão entregues aos alunos.

Este é apenas um de vários programas governamentais que mostram o aumento da participação da computação móvel via tablets e laptops nas escolas. Mas será isso uma boa ideia? Trucano afirma: “O diabo está nos detalhes e na análise custo-benefício. Sendo ou não boas ideias, o inegável é que eles estão acontecendo, para o bem ou para mal, cada vez mais frequentemente e em maiores quantidades”.

Entre 2008 e 2011 , o Brasil possuía o programa Um Computador por aluno, que ofeceria laptops às escolas públicas que aderiam aos termos. O projeto chegou a beneficiar escolas em vários municípios. Porém recentemente, o MEC comprou 600 mil tablets para professores do ensino médio visando iniciar a inserir uma cultura de dispositivos móveis nas escolas públicas brasileiras. Michael Trucano apontou dez boas iniciativas espalhadas pelo mundo merecem destaque. São elas:

1. EUA*

Os Estados Unidos são um país grande, diverso e com um sistema educacional muito descentralizado. A decisão de adotar determinadas tecnologias não vem do nível nacional, mas são feitas em nível estadual ou, até mais frequentemente, em nível distrital – vale lembrar que o país tem mais de 14 mil distritos escolares no total. Com isso, diz o autor, é difícil tomar os EUA como um todo como benchmark, mas algumas iniciativas merecem destaque. Uma delas é a do estado de Maine, que diz ser o primeiro estado norte-americano a:

– desenvolver um plano para prover equipamento a todos os professores e alunos do sétimo ano ao fim do ensino médio;

– usar as tecnologias móveis para transformar a prática em sala de aula em todo o estado;

– prover acesso à internet em casa para todos os alunos de 7a e 8a série.

Apesar de o programa de Maine estar em reformulação, ele tem sido referência para governos interessados em adotar esse tipo de política. Em junho, o Los Angeles Unified School District anunciou que vai investir US$ 30 milhões na compra de iPads para 640 mil alunos até o fim do ano que vem.

Esses programas e a compra espontânea de tecnologia por parte dos alunos e de suas famílias têm possibilitado que escolas se apoiem na metodologia Byot (“bring your own technology” ou traga sua própria tecnologia) ou Byod (“bring your own device” ou traga seu próprio equipamento) como uma forma de melhorar o acesso a tablets e laptops dentro das escolas.

2. Uruguai

O Uruguai foi o primeiro país do mundo a prover computadores portáteis a todas as escolas públicas de ensino fundamental pelo Plan Ceibal. Agora o programa está vivendo o problema posterior: enquanto ele continua a ter o apoio dos cidadãos, a imagem de crianças pequenas usando seus laptops já não é mais novidade, mas ainda é preciso que os estudantes se mantenham engajados.

3. Tailândia

Enquanto a maior parte dos esforços de introduzir um computador por aluno na educação, de fato, acabou leuvando à entrega de laptops, a Tailândia escolheu usar tablets. A iniciativa foi tida como a maior de sua natureza quando foi lançada (apesar de o título vir sendo reivindicado por outros países), os esforços tailandeses estão apenas no começo.

4. Peru

Cerca de um milhão de laptops foram distribuídos para estudantes no Peru, em um processo que começou em 2008, com enfoque inicial em escolas pequenas em comunidades pobres. Examinando a experiência peruana, o BID se dedicou a analisar o impacto do programa. Pelos resultados, ainda não é possível dizer se os alunos peruanos melhoraram seu desempenho em matemática ou linguagem depois da adoção dos laptops, mas já há indícios de melhores em algumas habilidades cognitivas, além de o programa ter aumentado radicalmente o acesso a computadores.

5. Quênia (e Ruanda)

Apesar de ainda não ter nem começado, o plano queniano de inserir laptops no sistema educacional em janeiro de 2014 chamou a atenção da mídia internacional. Começando com 400 mil laptops a serem entregues aos alunos de primeiro ano, o projeto deve se tornar o maior esforço do tipo para o continente. Antes de receber esse programa, o Quênia tinha sido palco de projetos pilotos menores e diversificados envolvendo TICs.

Muito do programa queniano está baseado na experiência da vizinha Ruanda, que já distribuiu mais de 200 mil laptops a estudantes.

6. Turquia

Um dos projetos que tem ofuscado a grandiosidade do programa tailandês é o que vem ocorrendo na Turquia. O projeto turco Fatih, que em português seria algo como Movimento para Melhorar as Oportunidades e a Tecnologia, vai introduzir mais de dez milhões de tablets e milhares de lousas interativas, impressoas e outros periféricos em escolas turcas. Ao contrário do que aconteceu na Tailândia, a produção local de tecnologia deve desempenhar um papel importante no projeto da Turquia.

7. Índia

Antes de Turquia e Tailândia, foi o projeto indiano Aakash que chamou a atenção da mídia internacional ao levar computadores para as mãos dos alunos. O projeto já mudou um pouco desde o seu início, mas ele é apenas um dos vários esforços de introduzir tablets ou laptops para um país de dimensões contineirais. Novos programas no Rajastão e em Uttar Pradesh foram recentemente anunciados.

8. Argentina

Construído a partir de uma experiência piloto na província de San Luis, alguns projetos argentinos, como Conectar Igualdad e Plan S@armiento BA (em Buenos Aires) são maiores que as iniciativas de um computador por aluno de Peru e Uruguai juntos.

9. Portugal

O programa português que dá laptops a alunos pode inspirar governos que se interessem em firmar parcerias público-privadas.

10. ?

Como praxe no blog do Banco Mundial, a lista de dez casos elaborada por Trucano deixou a décima posição aberta para para passar a mensagem de que a lista é incompleta.

Fonte: Porvir